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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Incêndio em condomínios: todo cuidado é pouco

Incêndio em condomínios: todo cuidado é pouco

                       
Fonte: www.licitamais.com.br – 07/10/2011

A prevenção de incêndio em condomínios requer múltiplos esforços. Treinar pessoal, realizar manutenção de equipamentos necessários e gerenciar corretamente recursos financeiros representam desafios para os condôminos. O resultado almejado, porém, vale todo o esforço.

Em termos de prevenção, o que importa, além de não permitir que o fogo surja, são os cuidados tomados para que, em caso de algum foco de incêndio, o fogo não se alastre. O incêndio pode começar em qualquer lugar, seja na garagem, por conta de mau funcionamento de carros mais antigos, seja dentro dos apartamentos, em razão de descuido de moradores.

Portas corta-fogo

Alguns passos são necessários para não permitir que o fogo se alastre. A legislação prevê alguns deles, como a exigência da colocação de portas corta-fogo em locais estratégicos.

De acordo com o sargento Isaías Santos, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, “as portas corta-fogo devem ser instaladas nas saídas de emergência”. É bom lembrar que essas portas devem estar desobstruídas – não podem, de modo algum, estar trancadas ou com calços.

Materiais inflamáveis

Muitos materiais podem servir como combustível caso o incêndio comece. É o caso dos sacos de lixo, que não podem ser deixados na escada. O ideal, conforme diz Santos, é que “o lixo seja retirado freqüentemente”. Caso não seja possível, devem ser armazenados dentro de um espaço adequado, até serem enviados para o destino final.

Muitos condôminos armazenam o lixo perto de fiações. É um risco, já que, se houver um curto-circuito, em razão de fios mais velhos, os sacos ao lado podem propagar o fogo. É evidente que a troca da fiação, caso seja notado que ela é antiga, deve ser realizada.

Também o espaço ao redor das casas e apartamentos deve estar livre de material inflamável. O mais difícil nesse caso é, para o leigo, perceber o que é um material inflamável. Para se ter uma idéia, mesmo teias de aranha podem ser vistas como potenciais propagadoras de fogo. Assim, recomenda-se uma limpeza constante e cuidadosa das áreas comuns do prédio.

Sobrecarga elétrica

Uma causa comum de incêndios é a sobrecarga da rede elétrica. Em geral, as instalações elétricas de imóveis mais antigos não foram dimensionadas para a carga de consumo atual e podem estar danificadas. As estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam que problemas com a fiação representam a segunda principal causa de incêndios no Brasil.

A melhor maneira de resolver a questão é chamar uma equipe especializada, que possa avaliar o estado da fiação. Esses técnicos devem ser de uma equipe credenciada. Deve-se prestar atenção para áreas críticas, como cozinha e banheiro, nas quais há água e eletricidade, dois elementos cuja combinação é perigosa.

Equipamentos
Quanto aos equipamentos como hidrantes e extintores, há regras específicas para a manutenção de cada um deles. Em relação aos hidrantes, devem estar em locais desobstruídos e de fácil acesso. É bastante útil verificar também se estão com a pressão acertada. Quem deve fazer isso são técnicos especializados, já que não é fácil para um leigo saber se a pressão está correta ou não.

Também se faz necessário que em cada andar existam mangueiras em boas condições. De acordo com Santos, “as mangueiras devem permanecer dentro das caixas de hidrantes, devidamente acondicionadas, passando por inspeções periódicas”. Caso não se saiba se as mangueiras estão adequadas, é preciso chamar técnicos, porque os testes de adequação não devem ser conduzidos dentro dos condomínios.

Extintores
O condomínio pode, entretanto, contribuir com a compra e manutenção dos extintores. Na hora da aquisição, é preciso, em primeiro lugar, saber diferenciar os diversos tipos de extintores existentes no mercado.

Existem extintores para diversas classes de incêndio. Os incêndios classe A estão relacionados com madeira, papel e materiais sólidos em geral, enquanto os de classe B têm relação com líquidos inflamáveis. No caso daqueles de classe C, o material envolvido são equipamentos elétricos energizados.

O problema de usar um extintor destinado a incêndios de classe A para incêndios de classe B é o agravamento do fogo. Em vez de diminuir as labaredas, o uso do extintor irá aumentá-las.

Como os primeiros a lidar com fogo em prédios são os próprios moradores que não estão, em geral, acostumados a fazer essa diferenciação, o ideal é que o condomínio adquira extintores que podem ser usados para debelar tanto incêndios de classe A, B e C simultaneamente.

Tais extintores são um pouco mais caros do que os outros, mas são os mais recomendados. “Cada pavimento deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras”, afirma Santos. Caso o condomínio seja horizontal, recomenda-se que qualquer pessoa possa alcançar um extintor se andar 25 metros.

Manutenção dos extintores

Em relação à manutenção, é necessário checar regularmente se os extintores não foram despressurizados, o que pode ocorrer por variados motivos. Isso é mais simples de realizar porque, se tiver ocorrido, o manômetro estará na faixa vermelha. Nesse caso, recarregar o extintor será necessário.

Desde 2001 existe um selo dado a empresas credenciadas pelo Inmetro que atesta que a manutenção do extintor foi devidamente realizada. Esse selo traz também uma data que indica a validade daquele extintor. Caso o pessoal do prédio verifique que essa data se aproxima, o ideal é chamar novamente a empresa especializada em manutenção.

Sprinkler

Outro equipamento interessante para ser usado são os sistemas de sprinkler. Muito comuns em hotéis, os sprinkler, caso detectem fogo em um determinado ambiente, liberam líquido para acabar com as labaredas. Esse sistema é muito mais fácil de ser instalado caso o prédio ainda esteja em sua fase de construção. Sai em torno de 1% do custo de construção da obra.

Ajuda do Corpo de Bombeiros

Todas essas questões são mais bem trabalhadas com a ajuda do Corpo de Bombeiros. Segundo Santos, “cabe ao responsável apresentar um plano de emergência ao Corpo de Bombeiros para análise e vistoria do local, cada qual com seus respectivos detalhes característicos”.

Depois de apresentado o plano, a visita do Corpo de Bombeiros ajuda a resolver qualquer problema existente. Na seqüência, é preciso comunicar suas etapas aos outros condôminos.

Dentro das residências, todo cuidado é pouco

Medidas de precaução também podem ser tomadas pelos condôminos dentro de suas próprias residências. São medidas simples, mas bastante eficazes, como não fumar na cama e manter a cozinha livre de materiais inflamáveis. Também ajuda a prevenir incêndio manter isqueiros fora do alcance de crianças.

Para evitar sobrecarga da rede elétrica, a dica é utilizar sempre o fio terra dos equipamentos. Se a instalação não permitir o uso do fio, o ideal é trocar esse dispositivo para que permita. Também se faz necessário não utilizar equipamentos que apresentem tomadas danificadas ou problemas como isolamento elétrico.

Ademais, deve-se evitar o uso de adaptadores do tipo Benjamin (os famosos “T”s) sempre que possível.  Quando o equipamento elétrico não estiver sendo utilizado, o ideal é retirá-lo da tomada. E, na hora de desligar um equipamento da tomada, nunca puxe o cabo de energia, mas sim o plugue.

Embora algumas dessas medidas pareçam bastante evidentes, boa parte dos incêndios em prédios residenciais tem como causa falta de cuidados como esses. Dependendo do condomínio, pode-se até mesmo elaborar uma cartilha com dicas sobre o que se pode ou não fazer dentro das residências.